Contradições da OTAN: sim às armas nucleares, não à Guerra Fria

© REUTERS / Arnd WiegmannJens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN
Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN - Sputnik Brasil
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Os aliados não querem um confronto ou uma nova Guerra Fria com a Rússia, afirma o secretário-geral da aliança atlântica, Jens Stoltenberg.

A OTAN não está à procura de um confronto com a Rússia e não quer uma nova Guerra Fria, disse Jens Stoltenberg, em entrevista ao Die Welt.

"Nós não estamos procurando um confronto com a Rússia. Nós não queremos uma Guerra Fria. Nós não queremos uma corrida armamentista", disse Stoltenberg.

Ele acrescentou que a ação da OTAN na Europa de Leste é uma resposta às ações da Rússia na Crimeia e no Leste da Ucrânia. No entanto, Stoltenberg disse que não vê na Rússia a intenção de atacar qualquer dos países da aliança.

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Será que a Rússia é assim tão perigosa?
Respondendo a uma pergunta sobre se vê necessidade de rever a estratégia nuclear do bloco em relação à Rússia, Stoltenberg, disse que a OTAN "mais do que nunca está longe do uso de armas nucleares, mas enquanto elas [armas nucleares] existirem no mundo, a OTAN continuará a ser uma aliança nuclear".

Anteriormente, o comandante supremo das forças da OTAN na Europa, Philip Breedlove, pediu aos EUA para que reforçassem os serviços de informações devido às ações da Rússia. Breedlove declarou a necessidade de usar as tecnologias mais modernas, em particular, os satélites de informações que monitorizam o movimento de tropas.

"O que estamos fazendo agora no Báltico e na Polônia não é um aumento das forças militares", disse Stoltenberg na entrevista, destacando, também, que não vê da parte da Rússia "intenções de atacar qualquer um dos países da OTAN".

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OTAN intensifica presença militar no Báltico
Em fevereiro de 2016, Jens Stoltenberg informou que os ministros da Defesa dos 28 países da OTAN aprovaram a decisão de intensificar a presença da aliança na região da Europa Oriental, Bacia do Mediterrâneo e Mar Negro. Ele comunicou também que as decisões concretas seriam tomadas na cúpula de julho de 2016, em Varsóvia. Stoltenberg também não descartou a possibilidade de realizar mais um encontro OTAN-Rússia antes das negociações em Varsóvia.

"É importante que mantenhamos abertos os canais para o diálogo político e encontremos novos caminhos para diminuir a tensão e prevenir problemas", disse o secretário-geral da aliança.

Logo depois da publicação desta entrevista, o presidente do Comitê para as Relações Exteriores da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo), Aleksei Pushkov, em resposta às declarações de Stoltenberg, publicou o seguinte:

​"A OTAN não quer confrontos com a Rússia, Guerra Fria, corrida armamentista, disse Stoltenberg, mas aproxima as estruturas da aliança às fronteiras da Rússia"

Aleksei Puskov vê, pois, contradições entre as ações e as palavras do líder da aliança.

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