Documento vazado revela operações secretas do Reino Unido e da Jordânia na Líbia

© REUTERS / StringerBombeiros tentam apagar um incêndio em um tanque de petróleo no porto de Es Sider, na Líbia, em 26 de dezembro de 2014
Bombeiros tentam apagar um incêndio em um tanque de petróleo no porto de Es Sider, na Líbia, em 26 de dezembro de 2014 - Sputnik Brasil
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De acordo com um memorando vazado à imprensa escrito pelo Rei Abdullah II da Jordânia, tropas jordanianas operam na Líbia, ao lado das tropas do Serviço Aéreo Especial (SAS) do Reino Unido, desde janeiro.

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O documento foi enviado para legisladores dos EUA pelo rei Abdullah para informá-los dos planos da Jordânia de incorporar forças especiais britânicas na Líbia, e também revela que o monarca se reuniu com o senador do Arizona John McCain e com o senador do Tennessee Bob Corker na presença do presidente da Câmara, Paul Ryan.

"Sobre a Líbia, Sua Majestade disse que espera um pico nas próximas semanas e que os jordanianos serão incorporados [sic] ao SAS britânico", diz o documento, obtido pelo jornal The Guardian.

A nota explica que o papel da Jordânia na operação era crucial, uma vez que "o dialeto jordaniano é semelhante ao dialeto da Líbia".

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A Líbia é de especial preocupação para a Jordânia porque serve como um viveiro de terroristas tanto do Daesh, também conhecido como Estado Islâmico, quanto do al-Shabaab, especialmente após a derrubada de Muammar Gaddafi, operada pela OTAN em 2011. 

O Rei Abdullah indica ainda que as operações das forças especiais também poderiam ser realizadas em outros países africanos.

As operações britânicas, entertanto, não estão limitadas à África. O memorando afirma que as tropas especiais do Reino Unido foram fundamentais na formação de um batalhão de combatentes tribais que luta contra as forças do presidente sírio, Bashar Assad.

O documento também expressa as frustrações da Jordânia com outros aliados na região.

"[O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan] acredita em uma solução islâmica radical para os problemas da região", diz a nota, acrescentando que "o fato de que os terroristas estejam indo para a Europa faz parte da política turca”.

O rei se queixou ainda de que Israel "faz vista grossa" no que diz respeito à Frente al-Nusra, afiliada da Al-Qaeda na Síria, porque “considera [a organização terrorista] como uma oposição ao Hezbollah".

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O memorando também revela a opinião da Jordânia sobre a questão controversa de se fechar ou não sites terroristas conhecidos.

Segundo Abdullah, as agências de inteligência devem manter esses sites "abertos para que elas possam usá-los para rastrear os extremistas". O docuemnto agrega que o Google confirmou ao rei jordaniano que a companhia tem “500 pessoas trabalhando nisto".

O vazamento ocorre em um momento particularmente difícil para o governo britânico. O primeiro-ministro David Cameron está sofrendo pressão do parlamento para aumentar a transparência sobre as operações das forças especiais britânicas no exterior.

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