Falando com jornalistas da Sputnik, Mistura frisou que duas linhas de cooperação receberam bastante reforço com o início do trabalho dos grupos: acesso de ajuda humanitária e cessação da violência.
"Estas tarefas estão sendo controladas e fomentadas por dois grupos de enfoque que foram criados depois do encontro em Munique. A decisão foi muito útil, e eu fico grato a ambos os países que deram um impulso à criação destes grupos. Porque um formato como este ajuda muito a minha missão", disse o enviado especial das Nações Unidas.
Negociações
Mistura disse estar aguardando as primeiras delegações para a nova ronda das negociações de Genebra (no âmbito do processo Genebra 3, renovado depois de uma pausa em fevereiro) já nesta sexta-feira, na capital suíça. Ele precisou que na quarta-feira, começaram os preparativos para as negociações. Ontem, a delegação da sede americana das Nações Unidas tiveram lugar. Amanhã, Genebra pode acolher a delegação da oposição feminina síria e discutir os assuntos propostas pelas oposicionistas.
De modo que o final de semana será dedicado a acolhimentos e eventos preliminares.
"Eu planejo organizar as primeiras discussões substanciais e mais profundas na segunda-feira, 14 de março. E a partir desse momento, até 24 de março, realizar encontros com diversos representantes das partes sírias", disse Mistura.
O primeiro encontro "substancial" será com a delegação do governo, frisou. É algo "tradicional", além de "lógico", porque o governo sírio é membro da ONU.
É a modalidade que ele chama de "negociações indiretas". Mistura insiste que elas "dão uma grande flexibilidade aos organizadores e a mim". O sentido é esse: as partes vão encontrar-se com representantes da ONU, que agirão como mediadores, e não entre si.
Novo governo
Staffan de Mistura precisou que ele não espera a assinatura de um documento final, porque "acontece frequentemente que os princípios expostos por escrito não se respitam se não são apoiados com um acordo real". Entre os três assuntos da agenda definida pelas Nações Unidas na resolução 2.254 (criação de um novo governo inclusivo, nova Constituição e eleições), a esperança é "um progresso relativamente, pelo menos, ao primeiro assunto, seja no papel ou não".
Perguntado sobre o pedido russo de convidar uma delegação curda às negociações, Mistura ressaltou que insiste na "inclusividade" da lista dos participantes.
Nesta sexta-feira, o pedido foi reiterado pelo representante permanente da Federação da Rússia na ONU em Genebra, Aleksei Borodavkin.