Entre os carrascos do Estado Islâmico há muitos alemães

© REUTERS / Social media via Reuters TVCristãos egípcios e carrascos do Estado Islâmico antes duma execução, 15 de fevereiro de 2015
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Um antigo militante do Estado Islâmico disse que muitos alemães pertencem a um grupo especial do Estado Islâmico e praticam torturas de forma regular.

Jihadistas de origem alemã são agentes do serviço secreto do Estado Islâmico. As suas funções principais são torturar os prisioneiros detidos pelos militantes do Estado Islâmico. As informações foram divulgadas pelos jornais alemães Süddeutscher Zeitung, NDR e WDR citando Nils D., antigo militante do grupo terrorista. Alguns meses atrás um dos prisioneiros alemães libertados também confirmou que entre os carrascos do Estado Islâmico há alemães.

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Nils D. é um cidadão alemão que morava na cidade de Dinslaken, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, no noroeste da Alemanha. Depois viajou para a Síria e se encontrou em Manbij como um dos membros do Estado Islâmico. Passou 13 meses na Síria, 8 dos quais na subdivisão nomeada Equipa de Assalto. O objetivo principal desta equipa era deter desertores e os que desistiam de combater ao lado do Estado Islâmico. Além disso, Nils D. foi envolvido nos trabalhos numa das prisões do Estado Islâmico. Segundo disse, esteve presente em 10-15 detenções. Torturas eram práticas habituais e aplicadas de forma quotidiana. Os prisioneiros eram torturados até que confessassem.

Os 20 interrogatórios que foram realizados pela Alemanha dão uma imagem clara das repressões que ocorrem no Estado Islâmico. Segundo Nils D., havia uma “praça de execuções” permanente em que pessoas eram decapitadas e fuziladas. Uma vez, o antigo militante foi testemunha duma crucificação. Também viu como executavam um comandante dos terroristas, para exemplo dos outros. Outros militantes que conseguiram fugir do Estado Islâmico e organizações de direitos humanos na Síria dão informações semelhantes.  

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O próprio Nils D. nega ter feito parte das torturas e execuções. Segundo as informações comunicadas pelo antigo militante, somente guardava os denunciadores após detenções e na prisão preparava os grupos de prisioneiros que faziam a limpeza. Todavia, uma das fotos tiradas com o seu celular mostra-o apontando armas à cabeça de um prisioneiro.

Os militantes que fazem parte da Equipa de Assalto estão sempre mascarados. Ganham mais do que os outros militantes. Além disso, lucraram muito com a conquista da cidade de Mossul. Segundo Nils D., servir no serviço secreto do Estado Islâmico é um privilégio. No fim de 2014 ele retornou para a Alemanha e contou sobre a sua estadia na Síria a um correligionário. Toda a conversa foi escutada pela polícia alemã e Nils D. foi detido.

Em janeiro será realizado um processo judicial para decidir o seu destino no Tribunal Supremo do estado de a Renânia do Norte-Vestfália. Como testemunhou contra muitos militantes do Estado Islâmico de origem alemã será testemunha num outro processo contra os três sírios da cidade de Wolfsburg que são suspeitos de cometer ações terroristas.

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