Confira os discursos mais marcantes da ONU!

© AFP 2023 / TIMOTHY A. CLARYPresidente da Venezuela Hugo Chávez na Assembleia Geral da ONU em 2009
Presidente da Venezuela Hugo Chávez na Assembleia Geral da ONU em 2009 - Sputnik Brasil
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Na véspera da 70ª Assembleia Geral da ONU, a Sputnik lembra os discursos mais marcantes e às vezes curiosos pronunciados da tribuna da ONU em Nova York. As estrelas políticas fazem show. Confira!

Fidel Castro e o discurso mais longo na Assembleia

Voto no Conselho de Segurança da ONU - Sputnik Brasil
Índia e Brasil antecipam Assembleia Geral com minicúpula
Em 26 de setembro de 1960, o líder cubano Fidel Castro pronunciou o discurso “Quando desparecer a filosofia de roubo, desaparecerá a filosofia de guerra”. Durou 4 horas 29 minutos e foi marcado como o discurso mais longo jamais pronunciado durante uma sessão da Assembleia Geral da ONU. Fidel Castro explicou o sentido verdadeiro da revolução cubana e das reformas iniciadas pelo seu governo e avisou os EUA contra tentativas de difamações contra o novo regime revelando as verdadeiras razões pelo resfriamento das relações cubano-americanas. 

Nikita Khruschev e o “túmulo da escravidão colonial”

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante o encontro com os representantes  dos sindicatos dos países do BRICS - Sputnik Brasil
Washington receia discurso de Putin na Assembleia Geral da ONU
Em 12 de outubro de 1960, durante a Assembleia Geral da ONU o líder da URSS Nikita Khruschev pronunciou o seu primeiro discurso na ONU. O secretário-geral do partido Comunista da União Soviética foi tão indignado com a comparação da URSS com um campo de concentração, feita pelo representante das Filipinas, que chamou-o de “servo do imperialismo americano” e disse que a voz de verdade não pode ser silenciada e anunciou “o fim, o túmulo para a escravidão colonial”.

Yasser Arafat contra sionismo

Bandeiras dos BRICS - Sputnik Brasil
Chanceleres do BRICS se reunirão durante a Assembleia Geral da ONU
Em 13 de novembro 1974, o líder palestino Yasser Arafat foi pela primeira vez convidado para participar da Assembleia Geral da ONU. No seu discurso o chefe da resistência palestina disse o seguinte:

“Eu venho a vocês segurando em uma mão um ramo de oliveira e uma arma de lutador pela liberdade em outra. Não deixem o ramo cair da minha mão”.

Além disso, ele chamou o sionismo de uma forma de racismo. Um ano depois a Assembleia Geral da ONU emitiu uma resolução “Liquidação de todas as formas de discriminação racial” que determinou que sionismo é uma forma de racismo. Em 1991, a resolução foi abolida por pedido dos EUA e Israel.

Ronald Reagan e “ameaça alienígena”

Em 21 de setembro de 1987, durante a 42ª sessão da Assembleia Geral, o presidente dos EUA e ex-ator Ronald Reagan chamou a “ameaça alienígena” de um fator poderoso que possa nivelar as contradições entre os países. O presidente dos EUA promoveu uma mensagem humanista:

“E ainda assim eu pergunto ‘Será que a força alienígena já está entre nós?’ O que poderia ser mais alienígena para as aspirações universais dos nossos povos de que a guerra e uma ameaça de guerra?”.

Não é a primeira vez que Reagan alega esta hipótese – em 1985 ele mencionou esta ideia aos representantes da URSS durante o encontro com o secretário-geral do partido Comunista da União Soviética Mikhail Gorbachev em Genebra. Mais tarde Reagan confessou que é o trama de ficção científica mais predileto dele.             

Hugo Chávez contra “o diabo”

Em 20 de setembro 2006, durante a Assembleia Geral, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, começou o seu discurso com a frase “O diabo esteve aqui” e benzeu-se. O político explicou que se trata do presidente dos EUA George W. Bush que mais cedo durante a Assembleia justificou a política externa dos EUA e segundo Chávez “veio aqui falando como o dono do mundo”. O discurso de Chávez foi transmitido ao vivo na Venezuela e foi repetido várias vezes durante o dia.  

Muammar Kadhafi e a Carta da ONU

Em 23 de setembro 2009, o líder da Líbia, Muammar Kadhafi, pronunciou o discurso contra “o feudalismo político”, exigindo dar o direito de veto permanente a todos os membros do Conselho de Segurança. Ele também manifestou que a Líbia podia desobedecer às resoluções da ONU e jogou fora a Carta da organização. Mesmo com o limite de 15 minutos, o discurso de Kadhafi durou mais de duas horas. Antes de o líder líbio chegar à metade do seu discurso o intérprete líbio perdeu consciência e foi substituído pelo chefe do serviço árabe de tradutores da ONU.

Mahmoud Ahmadinejad “manda embora” a delegação dos EUA 

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, durante o seu discurso na sessão da Assembleia Geral em 23 de setembro de 2010 disse que os acontecimentos de 11 de setembro de 2001 nos EUA podiam ser dirigidos pelas autoridades americanas para defender os interesses de Israel.

Segundo o  então líder iraniano, “a maioria do povo americano, assim como a maioria dos povos em todo o mundo” concordam que os acontecimentos de 11 de setembro foram organizadas por alguns círculos no governo americano para “parar a queda da economia dos EUA e fortalecer a sua influência do Oriente Médio para salvar o regime sionista”.

Este discurso fez a delegação dos EUA sair da sala seguida por delegações de muitos países, inclusive a França e o Reino Unido.

Benjamin Netanyahu e bomba iraniana 

Em um discurso histórico proferido nas Nações Unidas em 27 de setembro de 2012, durante a 67ª Assembleia Geral, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, exibiu um desenho de uma bomba e afirmou que o Irã se preparava para construir uma bomba nuclear em menos de um ano.

"Até meados do próximo ano, eles terão terminado a fase de enriquecimento médio do urânio necessária para atingirem o estágio final. De lá, são necessários apenas alguns meses, ou mesmo semanas, para eles conseguirem urânio enriquecido o suficiente para a primeira bomba", disse o primeiro-ministro israelense na ONU, em 2012.

Quando o Irã conseguisse o enriquecimento acima de 90 por cento, o país ultrapassaria uma “red line” (linha vermelha), o que resultaria em uma ação militar contra a República Islâmica, ameaçou Netanyahu.

Mais tarde um documento divulgado pelo jornal inglês The Guardian e pela rede de televisão do Qatar al-Jazeera revelou que o serviço de inteligência israelense Mossad tinha uma visão bem menos alarmista sobre as intenções nucleares iranianas do que o seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Neste artifo foram parcialmente usadas informações divulgadas pelo jornal russo Kommersant

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