Bolívia denuncia operação secreta da DEA norte-americana contra Evo Morales

© flickr.com / US Coast Guard photo by Petty Officer 2nd Class Rob SimpsonAgentes da DEA (Drug Enforcement Administration)
Agentes da DEA (Drug Enforcement Administration) - Sputnik Brasil
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O ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, denunciou neste domingo (20) uma operação secreta dos EUA que estaria atualmente em curso no país andino para forjar uma ligação entre o narcotráfico e o Presidente Evo Morales.

"Atualmente há uma operação secreta em marcha contra o Presidente Evo Morales na Bolívia que é financiada, articulada e organizada por agências de inteligência e de segurança dos Estados Unidos", disse Quintana em entrevista ao programa El Pueblo Es Noticia, transmitido pela rede estatal de mídia boliviana. 

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De acordo com o ministro, a campanha difamatória contra o chefe de Estado boliviano na última década é ligada à longa história de “conspiração” da agência antidrogas dos EUA – Drug Enforcement Administration (DEA) –, que estaria ativamente contra Morales desde que ele atuava como líder dos sindicatos de produtores de coca na Bolívia, antes de se tornar deputado e, enfim, candidato à presidência.

“Não descansaram um só segundo e não vão descansar. Eles querem o Presidente fora do Governo, querem desacreditá-lo”, afirmou Quintana.

O alto funcionário boliviano disse ainda que Morales é “o alvo número um das agências de segurança dos EUA porque o Presidente é um dos líderes indiscutíveis na América Latina e no mundo, que não comunga com a política do país do norte”. 

Primeiro presidente de origem indígena da Bolívia, Morales ocupa o cargo desde 2006 e foi reeleito novamente em 2014. Reconhecido por suas políticas de redução da pobreza e de combate à influência de Washington e das corporações multinacionais na Bolívia, ele nunca foi encarado pelo governo norte-americano como um aliado, especialmente no contexto da guerra em curso contra as drogas.  

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No entanto, as intervenções estrangeiras dos EUA – que incluem ajuda militar e intervenção política como métodos para tentar estancar os fluxos de cocaína provenientes da América Latina –, continuam sendo amplamente impopulares no continente, além de basicamente ineficazes.

Nas palavras do ministro Quintana, “há uma maquinaria midiática” que alimenta a construção de escândalos para tentar deslegitimar a voz “clara, firme e honesta” de Morales na comunidade internacional.

“A partir desta construção de uma matriz de opinião se pretende instalar a opinião de que a Bolívia é um narcoestado", disse ele, lamentando a existência no país de uma "imprensa" e de políticos "bobos", que repetem “sem qualquer tipo de reflexão este tipo de slogan, fazendo um favor aos EUA para legitimar o relato de que a Bolívia não contribui" na luta internacional contra o narcotráfico.

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