Eleições primárias na Argentina vão medir a força de Cristina Kirchner

© AP PhotoA presidente da Argentina, Christina Fernandez de Kirchner
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Neste domingo (9) serão realizadas na Argentina as eleições presidenciais primárias obrigatórias. Todos aqueles com idades entre 18 e 70 são obrigados a participar do pleito. O especialista Rafael Araújo afirma que as urnas vão medir a força política da Presidente Cristina Kirchner.

Essa votação é uma espécie de primeiro turno simbólico, uma grande pesquisa de opinião pública que pode influenciar os eleitores para as eleições gerais que acontecerão no dia 25 de outubro, quando 32 milhões de argentinos vão decidir quem vai substituir Cristina Fernández de Kirchner.

Nas pesquisas, o candidato do partido do governo, Daniel Scioli, lidera as intenções de voto com uma média de 35%. Seu adversário é o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, de oposição, que conta com 25% das preferências.

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Segundo o professor de História e Relações Internacionais das Instituições Unilasalle e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rafael Araújo, a grande tendência nesse momento é que a eleição seja centralizada entre os dois candidatos. “São algo em torno de 15 candidatos que vão participar das eleições primárias, representando 11 frentes possíveis de partidos e de candidaturas para o pleito de outubro, mas, provavelmente, Scioli e Macri ganharão as primárias e polarizarão a eleição presidencial de outubro. Essa votação é como que um vestibular para as eleições gerais.”

Rafael Araújo explica que normalmente os candidatos mais bem posicionados nas eleições primárias, chamadas de Paso, vão se sair melhor nas eleições gerais. Além disso, as coalizões que conseguirem menos de 1,5% dos votos nas primárias ficam de fora das gerais.

“O 9 de agosto sinaliza muito do que pode acontecer na eleição de outubro”, avalia Rafael Araújo. “As eleições primárias servem para que projetemos possíveis vencedores e possíveis cenários políticos para a Argentina. É uma eleição de peso, já que, pelo fato de ocorrer a quase 50 dias antes das eleições gerais, pode ser um termômetro do que vai acontecer em outubro.”

O especialista ainda chama atenção para o fato de que as eleições primárias vão mostrar para Cristina Kirchner o que poderá acontecer com o kirchnerismo no próximo período. “Cristina não virá candidata, abriu mão de qualquer disputa. Ela poderia ser candidata ao Parlamento, ou até para governadora ou prefeita de Buenos Aires, mas, nesse momento, abriu mão de qualquer cargo eletivo. Já o filho dela,Máximo Kirchner, será candidato pela Província de Santa Cruz, reduto eleitoral dos Kirchner.  De certa forma, estará perpetuando o nome da família na política argentina. Para o Governo Kirchner, as eleições primárias vão mostrar até que ponto o candidato oficial Daniel Scioli poderá ir nas eleições de outubro.” 

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Rafael Araújo ressalta ainda que Cristina Kirchner deixará o poder num momento interessante, em que está com o maior nível de aprovação de governo, o que pode influenciar numa possível vitória de Scioli. Nas primárias realizadas para a Prefeitura de Buenos Aires em abril deste ano, o Governo, no entanto, saiu derrotado. “Cristina vai sair do Governo com índice de aprovação alto, em torno de 60%. É a presidente da Argentina que vai sair com o maior nível de aprovação desde a redemocratização do país. Isso, de certa forma, poderá favorecer a candidatura de Daniel Scioli. Embora seja evidente que transferência de voto não é automática, é porém um bom sinalizador esse alto índice de aprovação que a presidente possui.”

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