Pesquisa: cidadãos europeus não querem defender outros países da OTAN contra Rússia

© AP Photo / Mindaugas KulbisExercícios da OTAN na Lituânia
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Uma pesquisa realizada pela empresa americana Pew Research Center revela que, no caso de uma hipotética agressão da Rússia contra qualquer país da OTAN, nem todos os cidadãos dos demais países-membros da Aliança estarão prontos a defender a vítima da suposta invasão russa.

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A pergunta da sondagem realizada nos EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Polônia, Espanha e Itália foi simples: “Se a Rússia entrar numa conflito sério com um dos seus vizinhos que é nosso aliado na OTAN, acha que o nosso país deve ou não deve usar a força militar para defender este país?”. Alguns dos respondentes hesitaram em responder. 

A pesquisa revela que os mais belicosos são os americanos e canadenses – respetivamente 56 e 53 por cento dos respondentes destes países acham que é preciso usar a força militar.  Somente 37 e 36 por cento dos americanos e canadenses acham que os seus países não deverão usar a força no caso de uma hipotética invasão russa contra qualquer país-membro da OTAN. Na Europa a posição mais firme contra a invasão russa foi evidenciada no Reino Unido, Polônia e Espanha, onde 49, 48 e 48 por cento estão em favor de uma resposta armada contra a agressão russa. Já 34 por cento dos poloneses acham que o seu país não deve defender os países-vizinhos com armas na mão. 

A posição belicosa dos poloneses foi comentada à Sputnik pelo cientista político Robert Potocki:

“Em primeiro lugar, a Polônia é considerada um ‘falcão’ cuja política antirrussa não contribui para a solução do problema na Ucrânia, muito pelo contrário. Em segundo lugar, a retórica política polonesa, que tem caráter antirrusso, impede que o problema seja resolvido no quadro do triângulo ‘Paris-Berlim-Moscou’”, opina ele, confessando ao mesmo tempo que o interesse pelo tema ucraniano está diminuindo na Polônia. 

Voltando ao tema do triângulo ‘Paris-Berlim-Moscou’, podemos constatar que na Alemanha e na França a ideia de começar um conflito armado com a Rússia é menos popular de que na Polônia e na América do Norte. Somente 38 por cento dos alemães acham que o seu país deverá entrar num conflito com a Rússia, enquanto 58 por cento se opõem a esta ideia. Na França 47 por cento são a favor, mas 53 são contra.    

Henri Temple, um proeminente professor, político e jurista francês comentou a situação, criticando a influência da OTAN nos países da Europa:

“A maioria dos cidadãos dos países da OTAN não querem participar de quaisquer ações militares contra a Rússia. É lógico e justificado.

Apesar de a opinião pública acompanhar as ações e intenções da Rússia de maneira atenta e às vezes inquieta por causa dos preconceitos dos tempos da URSS, são óbvias as manipulações dos políticos europeus, assim como dos políticos estadunidenses por meio da OTAN, e erros diplomáticos.

Podemos dizer que o aumento da política antirrussa serve parcialmente para justificar a própria existência da OTAN. E sobretudo serve como um meio de eternizar a dependência da OTAN dos países da Europa Ocidental. O governo francês apoia esta dependência, cujas más consequências já vimos no exemplo da Afeganistão, Iraque, ex-Iugoslávia, neste momento é visível na Ucrânia, Iêmen, Bahrein, Síria, Irã, países do Golfo Pérsico e até na África”, opina.

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Porém, segundo Henri Temple, a situação está mudando. A opinião pública já não é tão unânime, a mídia, sobretudo na Internet, propõe várias opiniões. 

Entretanto, o presidente russo Vladimir Putin negou, em uma entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, a possibilidade de a Rússia atacar qualquer país da OTAN, sublinhando que somente uma pessoa pouco saudável pode imaginar tal possibilidade.

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