Secretário da Defesa dos EUA diz que exército iraquiano não quer lutar contra o EI

© REUTERSAtaques em série do Estado Islâmico em Ramadi, no Iraque.
Ataques em série do Estado Islâmico em Ramadi, no Iraque. - Sputnik Brasil
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O secretário da Defesa dos EUA, Ashton Carter, afirmou que o exército iraquiano abandonou a cidade de Ramadi na semana passada por falta de vontade de lutar contra o Estado Islâmico (EI).

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Carter criticou duramente as Forças Armadas do Iraque por estas terem abandonado Ramadi ao Estado Islâmico, assim como equipamento avaliado em milhões de dólares, apesar de o número de soldados iraquianos superar o número de jihadistas em 10 vezes. 

“O que aparentemente aconteceu foi o que as forças iraquianas não mostraram vontade de combater. Elas tinham superioridade em número em relação ao adversário mas, apesar disso, falharam, elas simplesmente se retiraram do lugar”, divulgou ele numa entrevista à emissora de TV CNN.

“Podemos proporcionar treinamento a eles [iraquianos], podemos dar equipamento a eles, mas obviamente não podemos dar-lhes a vontade de lutar”, acrescentou Carter frisando que ele espera que o apoio e treinamento estadunidense possam no futuro trazer frutos e desenvolver tal vontade.  

Os EUA investiram na política de treinar e armar o exército iraquiano desde a retirada das suas tropas em 2011. 

As declarações do secretário da Defesa dos EUA já geraram críticas dos oficiais iraquianos e de alguns especialistas militares. 

Assim, o premiê iraquiano Haider al-Abadi disse à emissora BBC que ficou surpreendido com esses comentários. ¨

“[O senhor Carter] deu grande apoiou ao Iraque e estou certo que lhe forneceram informação errada”, opina ele.

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Abadi também insistiu que Ramadi pode ser retomada “daqui a alguns dias”.       

Entretanto Hakim Al-Zamili, presidente do comitê de defesa e segurança do Parlamento iraquiano, foi mais duro nas suas críticas, chamando as declarações de Carter de “irrealistas e infundadas”. 

“Os EUA falharam em proporcionar bom equipamento, armas e apoio aéreo”, disse à agência Associated Press, acrescentando que os “EUA tentam desviar as culpas”. 

Lembramos que muitos políticos acham que o Estado Islâmico é produto dos estadunidenses. Por exemplo, o presidente da Síria numa entrevista manifestou que "O EI foi criado no Iraque, em 2006, sob a supervisão dos norte-americanos. O EI veio do Iraque para a Síria porque o caos é contagioso”. O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas do Irã, general Hassan Firuzabadi, acusou por sua vez os Estados Unidos de fornecerem armas ao Estado islâmico.

Ao mesmo tempo, Ivan Eland, um analista militar, explicou à TV RT as razões da derrota do exército iraquiano:

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O exército iraquiano é dominado por xiitas e eles lutavam na área habitada por sunitas [a província de Anbar, onde fica a cidade de Ramadi] – e eles não querem morrer defendendo os sunitas”, opina.

Porém, ele frisa que “a raiz do problema remonta à invasão dos EUA [em 2003] que desmembrou o exército iraquiano”. 

Entretanto, a situação no que toca ao avanço do Estado islâmico é cada vez mais preocupante. Além de Ramadi, os terroristas conseguiram tomar o controle da cidade de Palmira, na Síria.

O senador americano John McCain recentemente ridicularizou o presidente Obama por este dizer que o maior problema neste momento são as mudanças climáticas, enquanto Washington não tem estratégia de combate contra o EI. Ao mesmo tempo, alguns observadores dizem que o Estado Islâmico neste momento controla 50% do território sírio e um terço do Iraque.

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