Putin: Neofascismo e russofobia são males modernos do mundo

© Sputnik / Aleksei NikolskyVisita de Vladimir Putin na capital da Armênia, Erevan
Visita de Vladimir Putin na capital da Armênia, Erevan - Sputnik Brasil
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O presidente russo, Vladimir Putin, propõe considerar as consequências do nazismo, o nacionalismo radical, antissemitismo e russofobia, que estão ganhando força em vários países.

"Infelizmente, em muitas regiões do mundo o neofascismo levanta a cabeça, nacionalistas radicais se apressam ao poder, o antissemitismo está ganhando força, e nós vemos manifestações de russofobia", disse o presidente durante sua visita na capital da Armênia, Erevan, para participar da cerimônia de comemoração das vítimas do genocídio armênio.

"Em qualquer ação em áreas críticas do mundo é preciso primeiro pensar sobre o que vai acontecer a seguir, pensar sobre as consequências", disse o chefe de Estado russo.

Ele acrescentou que a Rússia considerou o genocídio cometido contra os armênios no Império Otomano como o seu próprio sofrimento.

As autoridades turcas notaram o uso da palavra “genocídio” no discurso de Putin, mas disseram que isso não estragará as relações entre a Rússia e Turquia.

“As relações russo-turcas não são umas relações que podem ser sacrificadas e transferidas para o segundo plano”, disse o vice-primeiro-ministro da Turquia, Yalcin Akdogan a Sputnik. 

Nesta sexta, 24 de abril, a Armênia lembra o 100º aniversário do genocídio armênio de 1915. De acordo com as estimativas do governo armênio, cerca de 1,5 milhão de armênios do Império Otomano foram assassinados durante ou após a Primeira Guerra Mundial. O governo turco reconhece os assassinatos em massa, mas não aceita o uso do termo genocídio e insiste em afirmar que o número de mortos foi exagerado. 

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De acordo com Ancara, as mortes de armênios não eram o resultado de uma política específica do governo, mas, sim, devido à guerra civil no Império Otomano, na qual os turcos também teriam sido vítimas.

O fato do genocídio armênio pela primeira vez foi reconhecido pelo Uruguai em 1965, e depois por cerca de 20 países, incluindo a Rússia, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha, Brasil, Argentina, Austrália. O genocídio armênio é também reconhecido pelo Vaticano, Parlamento Europeu e Conselho Mundial de Igrejas.

O membro do Conselho Federal da Áustria e chefe da comissão da Assembleia do Conselho da Europa de monitoramento do Genocídio Armênio, Stefan Schennach, acredita que a Turquia tem que “aceitar o fato já reconhecido pelo mundo: este genocídio foi o primeiro do século XX“. 

“Temos que ser responsáveis pela sua própria história. A Áustria também respondeu pelo seu passado e pediu desculpas por não ter sido apenas uma vítima, mas também um autor dos crimes da Alemanha nazista. É verdade que isso demorou algum tempo, mas agora este fato está nos livros didáticos. Nações também podem pedir desculpas”, disse.

Posição dos Estados Unidos

Oficialmente apenas 42 dos 50 estados norte-americanos condenaram o genocídio. O governo federal dos EUA também não reconhece esse fato. A Turquia tem uma grande importância para os Estados Unidos. Este país tem o segundo maior exército na OTAN, que é uma ferramenta-chave do domínio americano na Europa.

O líder norte-americano, Barack Obama, durante seu discurso em homenagem ao 100º aniversário do genocídio armênio, de novo evitou o termo "genocídio". 

Anteriormente ele tinha usado nas suas declarações a expressão armênia “grande crime”, que na historiografia armênia é percebida como sinônimo de genocídio, mas a partir do ponto de vista político e jurídico não é a mesma coisa.

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