Tropas da França correm risco de ser cercadas na Síria, segundo general francês

© AFP 2023 / JEAN-PIERRE CLATOTSoldados franceses das forças especiais (imagem de arquivo)
Soldados franceses das forças especiais (imagem de arquivo) - Sputnik Brasil
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Em entrevista à Sputnik Mundo, o general francês Dominique Trinquand analisou a situação das tropas de seu país que estão presentes na Síria.

Desde o início da guerra civil síria, o conflito tem sido marcado pela presença e operações de diversas forças estrangeiras. Entre essas forças configuram tropas francesas, em um novo capítulo do interesse histórico de Paris pela Síria.

Durante a guerra civil, a França apoiou os opositores ao governo de Assad.

Com o recente início da operação turca Fonte de Paz, a França se juntou ao grupo de países que criticam a atividade de Ancara na Síria.

Comentando a situação das forças francesas na Síria em entrevista à Sputnik Mundo, o general francês e especialista em relações internacionais e defesa, Dominique Trinquand, destacou a posição de seu país no conflito.

"A postura da França é a seguinte: a incursão da Turquia na Síria é inaceitável. Há que apoiar os curdos. Não podem ser abandonados. É necessário tomar medidas para garantir a segurança de nossas tropas", disse o general.

Para o especialista, as forças francesas se tornaram mais vulneráveis com a retirada das forças americanas do norte da Síria. A razão seria a dependência dos militares de Paris em relação à logística do Pentágono na região.

Além disso, com a maior concentração de tropas turcas e sírias no norte do país, o risco de ataque contra as posições francesas aumenta.

Risco de ataque

No último dia 13, a França decidiu cortar seu fornecimento de equipamento militar à Turquia. A decisão seria um protesto em relação à operação Fonte de Paz. Temendo uma retaliação turca, Dominique Trinquand acredita que haja o risco de um ataque turco contra as forças de Paris.

Contudo, o militar destaca o preparo das tropas francesas, dizendo que estas "seriam capazes de aniquilar vários blindados".

Mesmo assim, as posições francesas tendem a serem cercadas pelo avanço sírio do sul e a operação turca a partir do norte.

Sendo assim, os militares franceses podem ficar entre a espada e a parede, ou seja, entre os exércitos turco e sírio.

Futuro depende da Rússia

Nos últimos anos, a Rússia tem se tornado mais próxima da Turquia, ao passo que manteve seu apoio ao governo de Assad no conflito sírio.

Com a maior probabilidade de confrontamento entre Ancara e Damasco, a Rússia configura como uma força mediadora capaz de encontrar uma solução.

Pensando assim, o general francês vê a Rússia como peça fundamental para influenciar tanto a Turquia quanto a Síria.

"Moscou terá a última palavra nesta situação. A Rússia é um aliado tanto da Turquia quanto da Síria. Já que seus aliados estão se enfrentando entre si, a chave [da crise] está nas mãos do presidente russo, Vladimir Putin", afirmou Trinquand.

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