O presidente argentino busca o apoio dos líderes europeus antes de se sentar para renegociar a dívida externa com o FMI. "A Europa tem voz e voto nesse órgão, mas a decisão final está nas mãos dos Estados Unidos", disse o economista Juan Valerdi. Ele não descartou, entre os cenários possíveis uma bancarrota, uma solução que não considera ser um drama.
O presidente argentino, Alberto Fernández, continua sua turnê pela Europa para buscar apoio internacional para a renegociação da dívida externa com o FMI.
Segundo o economista e acadêmico Juan Valerdi, Espanha, Itália, França e Alemanha são "membros importantes" da organização, mas "a decisão final está nas mãos dos Estados Unidos", escreve a Sputnik Mundo.
No entanto, salientou que "embora não tenham capacidade de decisão, os países europeus têm um peso na discussão global do novo sistema financeiro".
Enquanto isso, o economista lembrou que "60% da capacidade de empréstimo do FMI estão comprometidos com a Argentina", razão pela qual o país sul-americano terá que "manter a negociação firme". Uma alternativa ao problema da dívida, que atingiu US$ 314 bilhões (R$ 1,43 trilhão) depois da tomada de posse de Mauricio Macri, será "adiar o pagamento por quatro anos e obter uma retirada de capital".
"A Argentina não está em posição de distrair recursos da recuperação econômica. Não há muito espaço de manobra para o presidente. Resignar recursos para pagar a dívida seria suicídio do ponto de vista social e político", disse o especialista.
"Uma bancarrota não é desejável, mas não é o fim da vida", acrescentou.
Política do Equador
Gabriela Rivadeneira, ex-presidente da Assembleia Nacional do Equador, falou da situação política do Equador com Sputnik Mundo do México, onde está exilada desde o mês passado.
"A situação é muito difícil" para os opositores do presidente [equatoriano] Lenin Moreno desde que muitos camaradas do seu partido Revolución Ciudadana (Revolução Cidadã) "foram presos" após os protestos antigovernamentais de outubro passado.
Ela contou sobre a perseguição que sofreu do presidente, mesmo tendo um mandato para ser legisladora:
"Eu tinha carros de patrulha, militares, veículos polarizados e sem matrícula à minha porta. Apesar de eu ter imunidade parlamentar, eles invadiram a minha casa. Eles levaram os meus documentos, BI, passaporte. Eles seguiram o meu marido, que não tem nenhum cargo", disse ela.
A legisladora sublinhou que o Equador entrou em um "nível de violação de direitos", e que a Comissão Internacional de Direitos Humanos e a ONU estavam preocupadas "com a falta de um processo justo".
Apesar deste cenário, Rivadeneira revelou que com o ex-presidente Rafael Correa "estamos preparando os quadros políticos para [as eleições de fevereiro de] 2021. Nós vamos lutar".