Espaço propenso à infecção: revelado onde é mais fácil contrair COVID-19

© REUTERS / Athit PerawongmethaMédicos cuidam de pacientes com COVID-19 em uma UTI de Bangkok, Tailândia, 22 de abril de 2020
Médicos cuidam de pacientes com COVID-19 em uma UTI de Bangkok, Tailândia, 22 de abril de 2020 - Sputnik Brasil
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Novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da pandemia que alastrou pelo mundo, pode permanecer no ar em lugares lotados, segundo alertam pesquisadores.

Uma equipe de cientistas, liderada por Ke Lan, professor e diretor do Laboratório de Virologia da Universidade de Wuhan, analisou amostras de ar de diferentes setores em dois hospitais em Wuhan, cidade chinesa onde tudo começou, noticia o tabloide britânico Daily Mail.

Multidões em perigo

Resultados mostraram que o vírus SARS-CoV-2 foi detectado apenas em duas áreas propensas à aglomeração de pessoas.

Assim, os cientistas encontraram partículas virais flutuando no ar nos banheiros dos hospitais, que tinham muito pouca ventilação, bem como nas salas onde a equipe médica vestia e despia o equipamento de proteção.

Esta última evidência aponta que o vírus possa se fixar na roupa e voltar a ser transportado pelo ar quando máscaras, luvas e macacões são removidos.

Pesquisadores destacaram a importância da ventilação, da limitação de multidões e da desinfecção adequada.

Renovação do ar

Há intensos debates científicos sobre qual a concentração viral suficiente para que o SARS-CoV-2 possa sobreviver no ar e durante quanto tempo para que possa infectar as pessoas que o respirem.

Segundo o tabloide, o citado estudo de pesquisadores da Universidade de Wuhan sugere que isso pode ser possível, na ausência de uma ventilação adequada.

Esta conclusão vai de encontro a uma série de estudos anteriores que já apontavam para que este vírus altamente contagioso não se propagava apenas através de gotículas em uma tosse ou espirro.

Armadilhas de aerossóis

Para obter respostas, a equipe de cientistas, liderada por Ke Lan, professor e diretor do Laboratório de Virologia da Universidade de Wuhan, montou aquilo a que chamaram de armadilhas de aerossóis em dois hospitais da cidade, dentro e ao redor dos mesmos.

Os pesquisadores não conseguiram encontrar níveis detectáveis do vírus quer nos corredores das enfermarias, quer nos quartos dos pacientes.

Contudo, descobriram-nos em banheiros e duas áreas de elevada concentração de pessoas, bem como em um anexo de um dos hospitais.

"Embora não tenhamos estabelecido a infecciosidade do vírus detectado nessas áreas hospitalares, propomos que o SARS-CoV-2 pode ter o potencial de ser transmitido via aerossóis", refere-se no estudo, citado pelo Daily Mail.

Os cientistas concluem alertando para o fato de a ventilação dos quartos, espaços abertos, higienização do vestuário de proteção e uso adequado e desinfecção das áreas sanitárias podem efetivamente limitar a concentração do ácido ribonucleico (RNA) do SARS-CoV-2 em aerossóis.

Sobrevive no ar

Este novo estudo vem na sequência de outros que já defendiam a tese de que o novo coronavírus poderia se espalhar pelo ar e permanecer contagioso durante várias horas.

O Daily Mail refere concretamente um estudo da Universidade de Nebraska (EUA), que demonstrou a existência de elevados níveis de concentração de SARS-CoV-2 no ar de quartos em hospitais, mesmo muito tempo depois dos pacientes infectados terem ido embora.

Além disso, também foram detectados vestígios do novo coronavírus nos corredores dos hospitais, fora dos quartos dos pacientes, e por onde o pessoal entrava e saía, concluindo ser possível que as pessoas possam ser contaminadas por inalação sem nunca terem estado sequer próximas a alguém infectado.

Por isso, neste estudo, adianta o tabloide, os pesquisadores destacam a importância dos equipamentos de proteção individual (EPI) para os profissionais de saúde.

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