Astrônomos explicam por que eixo de Urano é tão 'tombado'

© NASAImagem infravermelho dos dois hemisférios de Urano obtidos com um Telescópio Keck
Imagem infravermelho dos dois hemisférios de Urano obtidos com um Telescópio Keck - Sputnik Brasil
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Dois cientistas consideram que a peculiar rotação de Urano, cujo norte tem uma inclinação de 98 graus em relação ao eixo vertical do planeta, poderia ser consequência de uma grande colisão juntamente com a força de ressonância.

De acordo com várias teorias, tal inclinação se deveria a uma colisão de um enorme objeto espacial, como um cometa, contra a superfície de Urano. Um grupo de pesquisadores da Universidade de Maryland (Estados Unidos) chegou à conclusão que na realidade pode ter sido um sistema de anéis e não um cometa.

A explicação mais comum é que a inclinação do polo norte de Urano, que é de quase 98 graus relativamente a sua posição vertical, se deve a uma colisão com um corpo celeste, um choque tão forte que teria 'tombado' o planeta.

Pesquisadores se questionam por que nenhum dos satélites do gigante gelado têm a mesma inclinação que o planeta, além de não entenderem muito bem como é que os satélites estão cobertos de gelo, uma peculiaridade que não é compatível com uma colisão forte o suficiente para fazer inclinar o eixo de um planeta, já que esse mesmo impacto teria criado tanto calor que evaporaria o gelo das luas de Urano.

Os cientistas dos EUA Zeeve Rogoszinski e Douglas Hamilton desenvolveram um modelo digital, segundo o qual Urano supostamente teria tido antes um sistema de anéis suficientemente grande para fazer girá-lo como se fosse um pião, uma vez que em movimento o pião inclina-se cada vez mais em relação ao seu eixo vertical, até finalmente ficar deitado no chão, um fenômeno chamado precessão.

Esta precessão do eixo de rotação teria coincidido com outra precessão da órbita de Urano, criando assim uma ressonância composta que poderia fazer o planeta ganhar uma inclinação de até 70 graus.

Os pesquisadores também criaram modelos 3D de Urano e Netuno com gigantescos discos para descobrir como interagiriam com outros planetas do Sistema Solar, determinando que um sistema de anéis seria capaz de mudar até 70 graus o eixo da rotação do planeta é algo que pode explicar a inclinação de 30 graus de Netuno.

"Embora raramente possamos criar inclinações de mais de 70 graus e não possamos impulsionar inclinações superiores a 90 graus, uma colisão posterior com um objeto de cerca de metade da massa da Terra poderia ter inclinado Urano entre 70 e 98 graus", explicaram os autores do estudo. No entanto, ainda é necessário realizar mais pesquisas para provar esta hipótese.

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