Rochas recolhidas na Groenlândia dão pistas sobre origem da vida

© AP Photo / Felipe DanaEstudantes observam o degelo na Groenlândia. A ilha é alvo de interesses internacional em função da sua posição estratégica.
Estudantes observam o degelo na Groenlândia. A ilha é alvo de interesses internacional em função da sua posição estratégica. - Sputnik Brasil
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Rochas de milhões de anos da Groenlândia mostraram que elementos indispensáveis para o surgimento da vida chegaram bem mais tarde à Terra do que se pensava.

A descoberta, da autoria de uma equipe internacional de geólogos, está publicada na edição de quarta-feira (11) da revista Nature, e revela novos dados importantes sobre a origem dos oceanos e da vida na Terra.

A vida na Terra afinal surgiu de forma rápida

Cientistas encontraram provas de que uma grande parte dos elementos essenciais para a formação dos oceanos e da vida - como a água, o carbono e o nitrogênio – chegou em uma fase muito tardia do processo de formação da Terra e não no início como se pensava.

O estudo pontua que, por exemplo, a água somente surgiu no nosso planeta quando a formação da Terra já estava quase concluída.

Rochas antigas da Groenlândia mostraram que elementos necessários para a evolução da vida só chegaram à Terra muito mais tarde do que se pensava

Elementos voláteis como a água têm origem em asteroides, continuando a comunidade científica por não chegar a uma conclusão unânime como teriam esses corpos rochosos e metálicos chegado à Terra.

O geólogo Mario Fischer-Godde, do Instituto de Geologia e Mineralogia da Universidade de Colônia, na Alemanha, que liderou a pesquisa, considera que agora somos "capazes de definir o período de tempo com mais precisão".

As rochas recolhidas em um manto rochoso que permaneceu intacto durante quase toda a história do planeta azul "permitem ver a história inicial da Terra como se fosse através de uma janela", acrescentou.

"Comparamos a composição das rochas mais antigas, de aproximadamente 3,8 bilhões de anos, com a composição dos asteroides a partir dos quais se formaram, e com a composição do manto da Terra atual", detalhou Fischer-Godde.

Para compreender o processo temporal, os pesquisadores recorreram à análise isotópica de um raro metal de platina chamado rutênio, que o manto Arqueano da Terra continha e que funciona como uma impressão digital genética.

Temos vizinhos no Universo?

O professor Martin Van Kranendonk, cientista australiano e membro da equipe, opina que a importância da descoberta reside não somente no seu interesse para a compreensão das origens da Terra como para sabermos se, de fato, estamos sozinhos ou se temos vizinhos no Universo.

A demonstração de que " a vida começou em nosso planeta surpreendentemente rápido, em apenas algumas centenas de milhões de anos e não em um bilhão como se pensava, nos dá esperança de encontrar vida em outros planetas com uma história geológica e um período de condições quentes e úmidas mais curto que a Terra, porque se a vida teria começado rapidamente aqui, então talvez tenha começado rapidamente em outro lugar", acrescentou.

As novas descobertas são o resultado da colaboração entre cientistas da Alemanha, Dinamarca, Reino Unido, Austrália e Japão.

Os cientistas estão planejando viagens de campo complementares à Índia, noroeste da Austrália e Groenlândia para investigar mais amostras de rochas.

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