O estudo, publicado na revista Nature Communications, permitiu reconstituir a história evolutiva dos antigos habitantes da Sardenha.
A pesquisa foi realizada por uma equipe de pesquisadores liderados por Francesco Cucca, professor de genética médica da Universidade de Sassari, e cobre desde o Neolítico Médio à Idade Média.
"Os primeiros indivíduos neolíticos da Sardenha mostram uma forte afinidade genética com as populações contemporâneas do Mediterrâneo ocidental. Além disso, na ilha há uma continuidade genética substancial até o segundo milênio antes de Cristo", observa Cucca.
Contudo, "comparando os resultados obtidos do DNA dos antigos sardos com os de milhares de sardos contemporâneos, podemos observar sinais de fluxo genético de outras populações, principalmente do leste e norte do Mediterrâneo", continuou Cucca.
#Sardegna, grotta di Tueri Perdasdefogu, ritrovate ossa umane di epoca nuragica http://t.co/JAkApmFpwE pic.twitter.com/KHVqzBgFLM
— L'Unione Sarda (@UnioneSarda) May 13, 2014
Gruta de Tueri Perdasdefogu na Sardenha onde foram encontrados restos ósseos da época nurágica
As semelhanças são mais acentuadas em áreas historicamente mais isoladas, por norma sujeitas a uma menor miscigenação.
"O estudo do DNA de amostras obtidas em sítios arqueológicos, geralmente ossos, é essencial para o estudo dos eventos demográficos do passado, sobretudo os da pré-história", acrescentou o professor Cucca.
A equipe valeu-se dos avanços tecnológicos dos últimos tempos, que permitem o sequenciamento e a análise de fragmentos curtos e degradados de DNA antigo.
O estudo da história genética da Sardenha, uma ilha mediterrânica na costa ocidental da Itália, permitiu reconstituir 6.000 anos de história, sobretudo a das relações dos sardos com os fenícios, cartagineses e a do período medieval.