'Fósseis de gelo' são descobertos em meteorito de 4,6 bilhões de anos

© Foto / Public Domain Fragmento de um meteorito no deserto de Rub al-Khali, Emirados Árabes Unidos (imagem referencial)
Fragmento de um meteorito no deserto de Rub al-Khali, Emirados Árabes Unidos (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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Pesquisadores japoneses descobriram traços de gelo em meteorito achado no deserto da Argélia e criam modelo que poderia ajudar a compreender as origens do Sistema Solar.

O meteorito em questão foi encontrado ainda em 1990 e batizado de Acfer 904, sendo submetido a inúmeras análises durante os últimos 30 anos.

Apesar de não saberem quando o corpo celeste caiu na Terra, os cientistas estimam que o meteorito tenha cerca de 4,6 bilhões de anos, idade aproximada a do Sistema Solar.

De acordo com cientistas da Universidade de Kyoto, Japão, a idade do corpo celeste de origem fora do Sistema Solar poderia dar pistas do processo de formação de nosso sistema, como indicado no estudo publicado na revista científica Science Advances.

Para melhor entender isto, os pesquisadores japoneses, liderados pelo cientista planetário Megumi Matsumoto, decidiram estudar o meteorito usando técnicas de microscopia e espectroscopia.

Estrutura porosa

Ao observar uma das amostras do meteorito com as técnicas descritas acima, os cientistas viram pela primeira vez uma estrutura muito porosa no interior do meteorito.

Os poros eram tão pequenos que chegavam a medir 11 micrômetros de espessura, sendo um pouco mais largos do que as células sanguíneas.

Observando os poros, os pesquisadores encontraram traços de minerais que indicaram que um dia os orifícios possuíram cristais de gelo que se derreteram.

O mais intrigante foi a grande quantidade de água que um dia o meteorito teve em seu interior. Para entender a origem da concentração de gelo, os cientistas criaram um modelo do que seria a semente dos planetas e um parente dos meteoritos, um planetesimal.

Modelo de planetesimal

De acordo com o modelo dos cientistas, o planetesimal foi formado fora do Sistema Solar a partir de uma poeira "macia". Seu interior consistia em grãos de silicato cobertos com gelo.

À medida que o asteroide crescia, ele acumulava poeira cósmica sem gelo, fazendo com que o seu interior fosse rico em gelo e suas camadas mais superficiais – pobres em gelo.

No entanto, ao se aproximar da "linha de neve" (região do Sistema Solar onde o calor do Sol atua sobre corpos gelados), o manto de grãos de silicato começou a sublimar, e depois a recondensar em rochas sólidas a partir de poeira introduzidas no gelo.

Após passar a "linha de neve", o gelo teria sublimado para fora do corpo celeste, criando finalmente tais poros.

Desta forma, os cientistas teriam levantado uma das maiores hipóteses da presença de água em meteoritos.

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