NASA acredita que buracos negros podem ser portais para 'outra realidade'

CC BY 4.0 / ESA / Hubble, M. Kornmesser / Buraco negro supermassivo no coração da uma galáxia espiral NGC 3147 (imagem artística)
Buraco negro supermassivo no coração da uma galáxia espiral NGC 3147 (imagem artística) - Sputnik Brasil
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A NASA revelou que cair em um buraco negro poderia nos levar a "outra realidade", na qual a nossa percepção de espaço e tempo seria totalmente única.

Os buracos negros são um dos objetos mais enigmáticos do Universo e todo o conhecimento que temos sobre eles gera temor e dúvidas.

Primeiro, eles rompem com todas as leis da física. O núcleo de um buraco negro é um ponto unidimensional, no qual a gravidade é infinita e o espaço-tempo é curvo. Nada parecido com o mundo a que estamos acostumados.

Por isso, a NASA acredita que os buracos negros podem ser um portal para outra realidade, na qual o tempo e o espaço seriam experimentados de uma forma completamente nova.

"Em relação aos buracos negros, um observador distante iria ver somente as regiões externas fora do horizonte de eventos, mas um observador que estivesse caindo no buraco negro experimentaria outra 'realidade' completamente diferente", escreveu a agência em seu website.

Horizonte de eventos, também conhecido como "ponto de não retorno", é uma fronteira teórica ao redor de um buraco negro. Caso ela seja ultrapassada, a força da gravidade se tornaria tão forte que nem a luz poderia escapar de seu efeito.

"Se você fosse para dentro do horizonte de eventos, a sua percepção de espaço e tempo se modificaria completamente."

A realidade seria radicalmente alterada porque, no Universo, o espaço e o tempo estão interligados, gerando fenômeno conhecido na física como espaço-tempo.

Dilatação do tempo

No entanto, a gravidade é capaz de dilatar o tempo, isto é, esticar o espaço-tempo ou objetos com massa significativa a ponto de torna-los irreconhecíveis.

Quanto mais massa um objeto tem, mais esticado e desacelerado em relação ao tempo ele se tornará. Um buraco negro muito grande, como por exemplo, o Sagitário A*, localizado no centro da galáxia, é capaz de desacelerar o tempo com tal intensidade que ele fica praticamente paralisado.

© Foto / NASA; ESA; and S. Farrell, Instituto de Astronomia da Universidade de SidneyGaláxia ESO 243-49 e o buraco negro HLX-1
 NASA acredita que buracos negros podem ser portais para 'outra realidade' - Sputnik Brasil
Galáxia ESO 243-49 e o buraco negro HLX-1

O Sagitário A* tem um raio de 22 milhões de quilômetros e uma massa de mais de quatro milhões de vezes a do Sol, ou seja, ele é muito denso.

Em função do seu peso colossal, o Sagitário A* pode esticar o espaço-tempo de tal maneira que, nas proximidades desse buraco negro, um minuto equivale a 700 anos na Terra, explicou a astrofísica da Universidade de Southampton (Reino Unido), Emma Osborne.

Viagem ao centro do buraco negro

Apesar da curiosidade dos cientistas em ultrapassar o "portal" do buraco negro e conhecer "outra realidade", as chances de realizar este feito são muito baixas.

Ninguém poderia sobreviver à experiência de se aproximar de um buraco negro, portanto, investir em uma viagem espacial desse tipo seria inútil.

Isso acontece por causa do processo de "espaguetização": a força gravitacional no buraco negro é tão grande que sua intensidade é muito maior na base do que no topo. Por exemplo, se um ser humano fosse até a um buraco negro, a gravidade seria tão grande que ele seria "espaguetificado", ou seja, esticado até ser reduzido a um fiozinho de átomos viajando em direção ao centro do buraco.

Distância intransponível?

Outro obstáculo significativo seria a distância que teríamos que viajar para alcançar um buraco negro. O mais próximo do nosso planeta se encontra a 6.523 anos-luz de distância. Em perspectiva, um ano-luz é equivalente a 9,46 trilhões de quilômetros.

© Foto / ESA/Royal Observatory of BelgiumA Lua passando através do Sol
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A Lua passando através do Sol

A maior distância já percorrida pelo homem no espaço é de 400,171 quilômetros. O feito foi realizado pela missão Apollo 13, da NASA, quando o foguete viajou ao extremo da Lua, em 1970.

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