'Poeira mortífera': como EUA expõem todo o mundo à radiação

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Em seu novo livro "Poeira Mortífera – Made in USA: Armas de Urânio Contaminam o Mundo" o diretor de filmes e escritor Frieder Wagner revela como os EUA contaminaram vastos territórios com munições que contêm urânio.

Segundo o autor, as munições de urânio podem ser consideradas mortíferas porque são feitas de resíduos nucleares, que são uma fonte de radiação extremamente tóxica. 

Em entrevista à Sputnik Alemanha, Wagner lembrou que, há 30-40 anos, os engenheiros militares fizeram uma descoberta importante: o urânio é duas vezes mais pesado que o chumbo. Se transformarmos o urânio empobrecido em munição e imprimirmos a aceleração certa, ele perfurará a blindagem de um tanque, estruturas de concreto ou cimento.

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Além disso, quando uma munição desse tipo perfura a blindagem de um tanque, é formada poeira que explode a uma temperatura de 3.000 a 5.000°C. A tripulação do tanque pega fogo e o tanque é destruído.

O autor do livro sublinha que, após esta munição ser usada, o urânio empobrecido se queima e se formam nanopartículas que são 100 vezes menores que os glóbulos vermelhos. 

"Desse modo, se forma uma espécie de gás metálico que as pessoas podem respirar, que penetra na atmosfera e pode ser transportado pelo vento para qualquer lugar. As pessoas que o respiram correm o risco de ter câncer. Essas nanopartículas podem penetrar no organismo da mulher grávida atravessando a barreira entre a mãe e filho, afetando a saúde do nascituro, podem penetrar diretamente no cérebro ou atingir qualquer órgão das pessoas ou animais", revelou Wagner.

O autor revelou que essas armas foram amplamente usadas durante a Guerra do Iraque de 1991 (segundo os militares, seu volume atingiu 320 toneladas) e a Guerra do Iraque de 2003 – cerca de 2.000 toneladas, nas guerras na Iugoslávia de 1995 e no Afeganistão depois 2001, onde continuam sendo usadas atualmente.

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Segundo o autor, embora muitos países tenham desenvolvido esse tipo de armas, incluindo a Rússia e a Alemanha, apenas os EUA as usaram.

"Eles não prestaram atenção a quaisquer efeitos colaterais – como aconteceu na momento do primeiro uso das bombas nucleares. Por isso chamei meu livro de 'Poeira Mortífera – Made in USA'", explicou Wagner.

Explicando como ele conseguiu provar o uso de munições de urânio durante as investigações, Wagner disse que, por exemplo, os sérvios dispõem de mapas onde foram indicados os lugares de uso dessas armas. 

"Quando estivemos no Iraque falamos com os moradores locais. Visitamos os lugares onde ocorreram grandes batalhas de tanques, trouxemos amostras de solo e de poeira de tanques. Se olharmos para um tanque, é possível dizer se ele foi atingido por uma munição comum ou por uma munição com urânio. As munições de urânio deixam uma poeira que queima tudo ao redor dos buracos de munição. Dessa maneira, é possível estabelecer o uso deste tipo de munições. Encontramos urânio em todas as amostras do solo", afirmou ele.

Segundo Wagner, o uso das munições de urânio é um crime militar. A poeira tóxica formada no sul do Iraque se espalha para norte durante as chamadas tempestades do deserto. 

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"Isso significa que o urânio que assentou no solo no sul do Iraque agora também se disseminou no norte do país, onde crianças nascem doentes ou com deformidades. Isso se espalha por todo o mundo", revelou ele.

O autor do livro sublinhou que agora, no Kosovo, um grupo de advogados está trabalhando em um processo contra a OTAN, porque, depois que a guerra foi desencadeada, tem se observado o aumento na incidência de câncer entre os moradores locais. Observa-se também o aumento na incidência de câncer entre os militares que participaram das operações desse tipo. 

Segundo Wagner, cerca de 600 militares intentaram processos nos tribunais nos EUA. "Agora não se trata dos 'ridículos' valores de 90 ou mesmo 900 milhões, mas de bilhões de dólares. É claro que os EUA tentarão adiar a tomada de decisões correspondentes tanto quanto possível e esperam uma solução 'biológica' da situação — que os demandistas simplesmente morram", concluiu ele.

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