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Estado falha em ressocializar presos, diz advogada sobre massacre no Pará

© REUTERS / Bruno SantosCentro de Detenção de Altamira, no Pará, onde um motim terminou com 57 detentos mortos
Centro de Detenção de Altamira, no Pará, onde um motim terminou com 57 detentos mortos - Sputnik Brasil
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Altamira, no Pará, registrou o pior massacre carcerário desde o Carandiru: foram 57 detentos mortos. A advogada criminalista Lissa Moreira Marques afirma que o episódio mostra que o Estado está perdendo o controle das prisões.

"As facções se aproveitam das más condições nos presídios para se fortalecerem. Você já entra no presídio e é obrigado a se vincular a algum tipo de facção criminosa", diz Marques à Sputnik Brasil. 

Os mortos em Altamira faziam parte do Comando Vermelho e foram assassinados por integrantes do Comando Classe A. O episódio tem ligação com a disputa pela lucrativa rota do tráfico de drogas na região amazônica.

A advogada criminalista também ressalta o que chama de encarceramento em massa: existem 726 mil presos no país, de acordo com dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) com base na população carcerária de 2017. Um em cada três presos no Brasil são provisórios, ou seja, não passaram por julgamento.

Marques ressalta que o Estado falha em sua obrigação constitucional "de garantir ao preso dignidade" e não provê condições para que os detentos sejam ressocializados.

A criminalista também relembra uma frase do jurista argentino Raúl Zaffaroni:

"Colocar uma pessoa em uma prisão e esperar que ela aprenda a viver em sociedade é a mesma coisa que ensinar alguém a jogar futebol dentro de um elevador."

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