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Crise hídrica ainda é grave no Brasil

© AP Photo / Andre PennerFalta de água no Brasil
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A crise hídrica brasileira ainda é crítica. Esta é a avaliação feita pelos Ministros da Integração Nacional, Gilberto Occhi, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, após reunião com representantes de agências reguladoras para avaliar as chuvas nos últimos meses nos estados mais afetados pela seca.

De acordo com o presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, mesmo com um cenário de chuvas mais favorável no último período, principalmente nos meses de fevereiro e março, todas as medidas de emergência de redução de vazão devem ser mantidas para garantir a segurança hídrica. “Mesmo tendo esses sinais de uma quantidade de água mais favorável chegando aos reservatórios, os quadros todos continuam críticos, sendo que as medidas adotadas até aqui no controle da redução das vazões dos reservatórios e rios devem ser mantidas, para que, dada a imprevisibilidade das chuvas, se possa garantir maior segurança hídrica. As medidas de emergência devem ser mantidas”.

Vicente Andreu chamou a atenção para os problemas que ainda existem na Bacia do Paraíba do Sul, que abastece o Rio de Janeiro, e no Sistema Cantareira, que atende a São Paulo. ”E ainda permanece a preocupação de se atingir, no caso da Bacia do Paraíba do Sul, um objetivo de redução de vazão de cerca de 130 metros por segundo para 110 metros cúbicos por segundo. Em relação ao Cantareira, houve uma recuperação em fevereiro e março, com chuvas bastante abundantes. A vazões, no entanto, não atingiram as médias do Sistema Cantareira".

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, explicou que o Sistema Cantareira, em São Paulo, ainda não recuperou o volume útil. "O sistema continua operando abaixo do volume útil. Embora tenha se recuperado parcialmente, não recuperou os volumes mortos. Recuperou o segundo, e parte do primeiro. O Cantareira ainda está abaixo do volume útil”.

Ainda segundo Izabella Teixeira, o volume de água retirado do Sistema Cantareira está em um terço do que é retirado normalmente, afirmando que, mesmo com as chuvas recentes, a recuperação do sistema será parcial. "As pessoas têm que ter a consciência de que, apesar do fato de ter chovido muito e mesmo entrando no período do inverno, ainda há o desafio de recuperar os reservatórios, porque o que choveu não foi suficiente para recuperar os reservatórios".

Sobre a situação do rio Paraíba do Sul, o presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, afirmou que a captação, que tinha limite de 250m³ por segundo, hoje está sendo feita em 130m³ por segundo, devido a acordos feitos entre os Governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, o volume de chuvas na última estação chuvosa no Sudeste, entre outubro do ano passado e março deste ano, correspondeu a cerca de 75% da média histórica. De outubro a janeiro, o índice ficou bem abaixo da média. Em fevereiro e março, o índice de chuvas ficou na média.

Em relação ao rio São Francisco, os reservatórios de Três Marias e Sobradinho, em Minas Gerais, também estão em níveis críticos. Em Três Marias, está em 20% da capacidade total.

Já o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, chamou a atenção, alertando que cerca de 100 cidades do Nordeste do país estão em colapso no fornecimento de água. De acordo com o ministro, há racionamento no fornecimento de energia nesses municípios, e em algumas cidades o abastecimento de água só acontece de 15 em 15 dias. "Os governadores solicitaram a ampliação da operação de carros-pipa para alguns municípios que estão em colapso. Cerca de 100 municípios no Nordeste estão nesta situação, e nós devemos apoiar os estados no enfrentamento da escassez, colocando reservatórios urbanos e utilizando alguns outros reservatórios".

O ministro da Integração Nacional ressaltou que o Governo Federal também está focando na perfuração de poços, construção de pequenos sistemas de abastecimento de água e distribuição de água com caminhões-pipa. Além das medidas de estrutura no Nordeste, Gilberto Occhi informou que o Governo também tem apoiado as ações dos Governos dos estados da Região Sudeste, com a liberação, por exemplo, de R$ 2,5 bilhões para as obras de transposição das águas do rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, aproveitou a coletiva com a imprensa para confirmar que o Governo vai lançar ainda neste ano o Plano Nacional de Adaptação, voltado para a segurança hídrica. ”O Governo vai apresentar um plano nacional de adaptação, discutindo como nós nos preparamos para, na agricultura, a geração de energia, a oferta de água, abastecimento e irrigação. Então, existe, sim, um trabalho sendo feito pelo Governo há dois anos, e que não foi organizado só agora na atual seca”.

Quanto às previsões, as autoridades não esperam um mês de abril com muita chuva, apenas dentro da média. Nos estados do Sudeste, espera-se um índice de 70mm, o que representa a metade das chuvas do mês de março.

 

 

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