Altos funcionários da administração Trump concordaram com novas medidas para impedir a gigante tecnológica chinesa Huawei de acessar a indústria global de fornecimento de chips, relata a CNBC, citando fontes familiarizadas ao assunto.
A ação está sendo planejada em um momento em que Washington sobe o tom contra Pequim por causa da pandemia.
A mudança de regras proposta exigiria que as empresas estrangeiras que utilizem tecnologia e software de fabricação de chips de origem norte-americana necessitassem obter uma licença dos EUA para poderem vender certos chips para a empresa chinesa.
Vedar acesso ao mercado à Huawei
As medidas visam atingir principalmente a TSMC, uma importante fornecedora de chips da subsidiária de semicondutores HiSilicon da Huawei, sediada em Taiwan.
A medida foi discutida durante uma reunião em 25 de março em que participaram altos funcionários do Conselho de Segurança Nacional e dos Departamentos de Estado, Defesa, Energia e Comércio dos EUA.
A lei de segurança nacional dos EUA permite impor esse tipo de restrição a qualquer empresa considerada "inimiga".
Não se conhece ainda a reação do presidente Trump, que anteriormente mostrou reservas à proibição de fornecimento de tecnologia norte-americana sob o pretexto de preocupações com a segurança nacional.
Longa perseguição
Huawei, a maior empresa de telecomunicações do mundo e que ocupa o segundo lugar na venda de smartphones no mercado mundial, tem estado no centro de uma batalha pelo domínio tecnológico entre os Estados Unidos e a China.
Vale recordar que a administração Trump orquestrou a prisão da diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, no Canadá, por alegada violação das sanções comerciais dos EUA.
Em seguida, a Huawei foi proibida de fazer negócios com empresas norte-americanas e a Administração Trump fez lobby com seus aliados para impedir a gigante tecnológica chinesa de operar redes de banda larga móvel 5G - alegadamente para evitar espionagem.
Huawei negou as acusações e processou o governo dos EUA com o objetivo de revogar a proibição, enquanto procurava cortar sua dependência de peças e software norte-americanos, substituindo-os por alternativas, incluindo de fabricação nacional.
Esta postura da administração Trump afetou demais os fabricantes de chips norte-americanos, que argumentam que estando os semicondutores presentes na maioria dos equipamentos da Huawei amplamente disponíveis no mercado global, a proibição não elimina a suposta ameaça à segurança nacional, fragilizando somente as empresas estadunidenses em relação à concorrência estrangeira.