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Pesquisador: ao defender 'atos genocidas' de Israel na CIJ, Alemanha repete erros de sua história

© Foto / Forças de Defesa de IsraelForças de Defesa de Israel (FDI) em operação na Faixa de Gaza, em 6 de janeiro de 2024
Forças de Defesa de Israel (FDI) em operação na Faixa de Gaza, em 6 de janeiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 16.01.2024
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No último domingo (14), a Namíbia condenou a decisão da Alemanha de rejeitar as acusações de genocídio contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ).
A Namíbia, onde ocorreu o primeiro genocídio do século XX, sob o domínio colonial alemão, acusou Berlim de "ignorar" as "mortes de mais de 23 mil palestinos em Gaza" e de defender "os atos genocidas e horríveis do governo israelense".
A condenação da Namíbia à rejeição da Alemanha das acusações de genocídio da África do Sul contra Israel na CIJ está enraizada na experiência traumática do povo namibiano, afirmou Rasigan Maharajh, diretor-chefe do Instituto de Pesquisa Econômica e Inovação da Universidade de Tecnologia de Tshwane, na África do Sul.
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Destacando a responsabilidade histórica da Alemanha pelo genocídio perpetrado contra as comunidades Herero e Nama, entre 1904 e 1908, ressaltando ainda a historicidade referente ao período nazista, Maharajh disse que a maioria das pessoas em todo o mundo acha difícil compreender a posição atual de Berlim sobre a crise humanitária em curso na sitiada Faixa de Gaza, onde os ataques israelenses mataram mais de 24 mil civis, segundo as autoridades do enclave palestino.

"Isso não representa a sociedade alemã, mas, na verdade, apenas articula a posição da elite alemã e da classe política que controla sua sociedade […]. A razão pela qual a Namíbia se opõe tão veementemente à posição da Alemanha é […] [a] experiência vivida pelos namibianos nas circunstâncias em que o genocídio pode ter sido praticado", disse o especialista à Sputnik.

Refletindo sobre o reconhecimento por parte da Alemanha das atrocidades coloniais na Namíbia, Maharajh sublinhou a questão mais ampla da reconciliação e da restituição. Ele enfatizou o contexto histórico da ocupação colonial da parte sudoeste da África Austral, onde 824 mil km² de terras foram adquiridos pela família de comerciantes alemães Luderitz por cerca de "770 libras esterlinas" e posteriormente garantidos sob proteção imperial alemã.
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O acadêmico sul-africano destacou os sombrios paralelos históricos, apontando para uma declaração arrepiante de 1904 feita por um general alemão, detalhando instruções brutais e horríveis para o povo Herero.

"Esta foi uma declaração emitida por um general alemão em 2 de outubro de 1904 […]: 'Os Herero não são mais súditos alemães. Eles assassinaram e saquearam. Agora, por covardia, querem desistir da luta. […] A nação Herero deve deixar o país. Se não o fizer, vou obrigá-la à força a entrar no território alemão. Todos os membros da tribo Herero, armados ou desarmados, com ou sem gado, serão fuzilados", relembrou Maharajh.

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